Eu te amo!” Tá, e daí?
Quantas vezes você já pensou que morreria por causa de um amor e quando inevitavelmente o relacionamento acabou você sobreviveu?
Quantas pessoas já te juraram amor eterno, mas no momento de dificuldade, colocaram-se em primeiro lugar?
Algumas pessoas sofrem, choram; constroem situações constrangedoras; controlam; surtam e ainda consideram isso verdadeiras provas de amor. Mas não conseguimos acreditar fixamente que isso seja amor pelo simples fato de termos o ideal de que amor é algo que vá nos elevar e não algo que cause dor e peso existencial.
O amor é uma energia. O problema é que as pessoas não sabem como usá-la.
Provar o amor a uma pessoa não é chorar, se descabelar, discutir, armar barracos, fazer exigências. É simplesmente amar, cuidar e querer bem.
Não importa o quanto seja intenso o amor que você sinta por outra pessoa, se este sentimento se tornar um peso ou algo que afete negativamente o outro – por mais que ele tenha inicialmente um sentimento de reciprocidade – chegará um momento em que a pessoa vai optar pela autopreservação.
O fato de sentirmos por alguém um sentimento forte não nos torna dono delas. Muito menos nos dá o direito de prejudicarmos o outro porque estamos sofrendo com a intensidade de nossas dores.
Se você é inseguro e ciumento, a outra pessoa não é obrigada a arcar com isso. Não exija que ela permita-se ser monitorada 24 horas a fim de te deixar tranquilo, para que você não possa sofrer.
Se você é uma pessoa carente, não exija do outro atitudes de extrema atenção, exigindo um esforço para colocar você em foco a todo o momento.
Se você é muito diferente do seu parceiro, pare de tentar mudá-lo, ou ainda comparar os seus gostos, considerando-os melhores.
Se você tem traumas, vá atrás de tratamentos e resoluções. Não fique esperando que seu parceiro pare no tempo com você esperando um milagre acontecer, afinal todos temos nossos traumas (e ele também tem os dele). Ele pode estar presente, dar auxílio, mas a responsabilidade da melhora é sua.
O seu amor jamais deve forçar uma pessoa a ser “melhor” do que é. Mas ele moverá você para ser uma pessoa melhor!
Ele é um impulso, empurrão. Se você não souber onde quer chegar, poderá nunca alcançar o destino desejado e ainda poderá machucar aqueles que forem atropelados por você.
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer sobre o ex “ele está com outra pessoa, eu não tenho raiva dela, tenho até dó”?
O amor neste caso deixa de ser algo bom desejável, torna-se uma espécie de sofrimento. Isto porque nós definimos algo bom ou ruim, pelas somas ou subtrações que isso traz para nossas vidas.
E quando você se depara com um relacionamento, onde a pessoa te coloca numa prisão de exigências, criticas, insultos, conflitos e situações difíceis você se questiona porque está permitindo isso?
Ou ainda, quando você está ao lado da pessoa em tudo o que ela precisar – inclusive, em alguns casos sendo afetado negativamente -, e no momento que você precisa de auxilio ela deixa bem claro que não pode fazer nada, já que “também tem seus problemas”.
Pior ainda é quando você, devido às complicações do relacionamento, tenta desabafar e dividir com o outro seus sentimentos. O outro, além de sentir-se insultado, ainda te critica ou é ingrato, apontando-lhe os defeitos ou até mesmo dando –lhes defeitos dos quais você não merece.
E então, quando cansamos de toda essa situação, percebemos que a condução do relacionamento está indo de mal a pior a outra pessoa simplesmente diz: “ Eu sou assim porque eu te amo”
Aí você pensa: bem, você me ama, eu sei. Mas, e daí?
Do que vale alguém que tenha um sentimento de posse por você? Quer estar ao seu lado, mas não contigo (tem que ser como a outra pessoa quer, só vale se for assim)?
Do que vale uma pessoa que chora por você se não está preocupado com os motivos que te faz chorar?
Do que vale uma pessoa que deseja ter um futuro com você, mas não se importa com os seus sonhos?
Do que vale a promessa de apoio, se na hora dos problemas ele irá argumentar sobre os problemas dele?
Do que vale a promessa de amor eterno de alguém se este alguém espera que você pule de um penhasco, mas não tem a menor intenção de fazer o mesmo por você?
Do que vale um amor se ele te faz ficar parado no tempo, se não te eleva, não te agrega?
O primeiro amor de nossa vida sempre será por nós mesmos. Tudo o que você amar e que não te fizer bem com o tempo causa dor. E acredite: com o tempo tudo passa. Ódios, paixões, amores, dores. Mas você terá que aturar a si mesmo, até o fim de seus dias. Por isso, ame-se.
Escrito por Paula adriana Canella da Luz